Pirâmide financeiras
O Brasil, de fato, se tornou um campo fértil para proliferação de golpes mascarados de empresas de Marketing Multinível. A criatividade e o famoso “jeitinho brasileiro” são capazes de alcançar resultados impressionantes em curtíssimos prazos.
O primeiro e mais emblemático caso ocorreu em 1988, quando foi fundada a “Fazendas Reunidas Boi Gordo”, uma empresa que se destacou no cenário nacional na década de 90. Como isca, utilizava a suposta atividade criação de bezerros e engorda de bois, captando altos investimentos, prometendo a expansão do negócio e um rendimento muito acima de qualquer investimento convencional.
Também em 1988, foi criada a empresa “Avestruz Master”, em Goiânia. A empresa oferecia contratos de compra e venda de avestruzes, com promessa de recompra dos animais. Em tese, os investidores compravam a ave nova, e a empresa recomprava o animal para o abate e exportação.
Ambos os casos foram considerados os primeiros e maiores esquemas de pirâmide financeira do Brasil, gerando prejuízos astronômicos para milhares de brasileiros.
Hoje, com o avanço da tecnologia e velocidade das estratégias de divulgação através das redes sociais e internet, diariamente surgem novas armadilhas para captar milhões de investidores que sonham em fazer fortuna em um passe de mágica.
Os golpistas usam pessoas ligadas ao esquema como novos milionários, ostentando carros importados, mansões e muito luxo como se fossem fruto do “trabalho em rede” da maravilhosa proposta de investimento. Tudo arquitetadamente planejado para ludibriar os mais vulneráveis e ávidos por mudar de vida para uma condição de riqueza e luxo.
Casos recentes no Brasil
Os casos mais recentes foram os da TelexFREE e BBOM. A primeira, oferecia um sistema de telefone pela internet, o Voip (Voice Over Internet Protocol), mas foi acusada e condenada por prática de pirâmide sob a alegação de que seu maior destaque não estava no produto, mas na possibilidade de criar uma grande alavancagem financeira. Aproximadamente R$ 650 milhões foram bloqueados da conta da empresa.
O grupo BBom, fornecia principalmente rastreadores de veículos, também foi impedido pela Justiça de recrutar novos integrantes e teve mais de R$ 300 milhões bloqueados. Os participantes se associavam por meio de uma taxa de cadastro e de um valor de adesão. Depois, comprometiam-se a trazer novos associados e a pagar uma taxa mensal. A BBom diz que trabalha com marketing multinível. Segundo os Ministérios Públicos Federal e Estadual de Goiás, o produto seria apenas uma "isca".
Importa ressaltar que as operações de "pirâmide financeira" não constituem crime contra o sistema financeiro nacional nem contra o mercado de capitais, mas podem configurar crime contra a economia popular. Por isso, os processos que tratam desse tema devem ser julgados pela Justiça estadual, e não pela Justiça Federal.

Novos golpes
Apesar da ação dos Ministérios Público e da Justiça brasileira, os golpista não se intimidam. Diariamente surgem com novas “fábricas de sonhos”, com promessas de ganhos absolutamente acima de qualquer outro tipo de investimento convencional praticado no mercado financeiro e de marketing convencional ou de rede, fazendo milhares de vítimas em todo Brasil.
Atentos ao risco de novos golpes, enquanto não se define uma legislação específica para tratar sobre o tema, iniciamos um levantamento acerca das supostas fraudes das supostas pirâmides financeiras promovidas no Brasil e no mundo.
Esta lista permanecerá on line e será constantemente atualizada, como forma de orientar possíveis investidores sobre os riscos de golpes de pirâmides financeiras disfarçadas de MMN.
Em janeiro de 2016, uma matéria bombástica será divulgada acerca de duas empresas que já fazem milhares de vítimas no Acre e vários estados do Brasil.