A autoridade norte-americana que denunciou a Telexfree abriu cadastramento de pessoas que se julguem prejudicados da empresa, acusada de ser uma pirâmide financeira. A medida ajudará a identificar eventuais vítimas pela empresa para um eventual ressarcimento no futuro. Brasileiros podem participar.
Ficha de cadastramento: divulgador terá de informar quantos VoIP vendeu
O grupo Telexfree teve as contas bloqueadas nos Estados Unidos em 15 de abril, acusado de captar mais de US$ 300 milhões (R$ 670 milhões) de forma fraudulenta, sob a fachada de um sistema de revenda de telefonia VoIP. No Brasil, o negócio atraiu ao menos 1 milhão de pessoas e seus responsáveis também tiveram bens congelados.
O documento também pede que o divulgador – como são chamados os investidores – informe e quantos pacotes de telefonia VoIP comprou e efetivamente vendeu. Dados preliminares da Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) apontam que a empresa comercializou 26,3 mil pacotes VoIP, embora admita ter cerca de 700 mil divulgadores .
Também há um campo para que o investidor da Telexfree indique quem o apresentou ao negócio. Como num sistema de marketing multinível, os candidatos apenas podiam aderir se indicados por quem já era participante.
Segundo a secretaria de Estado, o cadastramento é livre para moradores de qualquer país.
No Brasil, uma ação civil pública pede o ressarcimento de todos os divulgadores. O caso está na 2ª Vara Cível de Rio Branco, mas ainda não tem data para ser julgado.
Procurado, um porta-voz da Telexfree não comentou a informação até a publicação desta reportagem.
Site da Telexfree parcialmente restabelecido, em 23 de abril de 2014; no dia 25, página havia voltado ao ar. Foto: Reprodução