A história de como Inocêncio Pereira Reis Neto, o Pelé Reis, deixou de ser um mero vendedor de churrasquinho para se tornar um milionário divulgador da Telexfree é bem diferente do caso de sucesso exibido em vídeos na internet.
Pelé Reis recebendo um gordo cheque
Por trás da ostentação de Ferrari e de outros carros de luxo, bens atribuídos ao “trabalho duro”, existem indícios de que o empresário era um dos articuladores do esquema de pirâmide financeira que se espalhou pelo mundo.
As investigações federais põem em xeque a legalidade da fortuna acumulada por Pelé, que inclui até mesmo um avião, avaliado em R$ 400 mil. Publicamente, ele se coloca como um simples divulgador, mas, o ex-ambulante, sua mulher e quatro filhas, entre elas duas adolescentes, tiveram os sigilo fiscal e bancário quebrados, além de bens bloqueados pela Justiça Federal do Espírito Santo, por suposto envolvimento nas irregularidades promovidas pela Telexfree no Brasil.
Os nomes dos familiares do divulgador estão sendo preservados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
As decisões judiciais são de outubro, mas só agora o caráter sigiloso delas foi afastado. Pelé Reis foi procurado, mas disse que não iria se pronunciar sobre as acusações, pois não está autorizado a comentar o caso.Segundo informações no site da Justiça Federal, há suspeita de que empresas em nome de Pelé, apelidado na internet de piramideiro, foram usadas para mascarar
movimentações financeiras ilegais. Os bens de uma das firmas, a IRN Participações, foram indisponíveis, já a outra empresa, Central de Negócios Pelé Reis, teve a quebra dos sigilos bancário e fiscal decretados.
O avião, de propriedade da IRN, ficava num hangar no Aeroclube de Vila Velha e foi apreendido em uma oficina no Aeroporto das Bandeirinhas, em Conselheiro Lafaete, Minas Gerais, pela Polícia Federal, na segunda fase da Operação Orion, deflagrada em 24 de outubro, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF).
A PF não confirma quais bens foram encontrados e levados à sede do órgão, mas o bloqueio determinado pela Justiça atingia a Ferrari Spider 360, avaliada em mais de R$ 534 mil. O automóvel era usado nas propagandas de Pelé para mostrar que a Telexfree poderia render muito dinheiro a quem se associasse.
Foram bloqueados, ainda, os veículos BMW X6, em nome do Pelé, um Kia Sportage e um Toyota Prius de uma das filhas dele e de uma pessoa não identificada pela reportagem. Somado, os carros e do avião valem mais de R$ 1,3 milhão.