O banco, cujo presidente é irmão de um dos réus, fechou um acordo judicial com o escritório do Secretário de Estado William F. Galvin
Uma pequena rede de banco em Fitchburg (MA), que possuía ligações com o antigo gerente executivo da TelexFree Inc., James Merrill, decidiu pagar US$ 3.5 milhões depois de um acordo feito com o escritório do Secretário de Estado William F. Galvin. A instituição financeira foi acusada de permitir que a TelexFree abrisse contas sem avaliar os dados da empresa. O Fidelity Bank não admitiu ou negou as alegações.
O escritório de Galvin começou a investigar o banco e seu presidente, John F. Merrill, irmão do executivo da TelexFree, em abril. A investigação iniciou logo depois que a empresa apresentou o pedido de concordata e as autoridades federais acionaram judicialmente a empresa e seus diretores, com sede em Marlborough (MA), por fraude, sob a alegação de que na realidade se tratava de um esquema internacional de pirâmide que movimentava mais de US$ 1 bilhão. As autoridades alegam que o banco não teve cautela quando abriu as contas correntes e não monitorou suficientemente os depósitos milionários feitos pela TelexFree.
A TelexFree foi fechada no Brasil em junho de 2013, mas manteve aberta a sua sede em Marlborough (MA). A empresa abriu duas contas no Fidelity Bank em agosto de 2013 e uma terceira em setembro do mesmo ano, segundo dados do acordo, obtidos pelo jornal Boston Globe. A companhia continuou a enviar milhões de dólares e efetuar um alto número de transações através do banco, segundo documentos, incluindo US$ 10.5 milhões ao irmão do presidente do banco, James Merrill, e seu sócio, o brasileiro Carlos Wanzeler, que fugiu para o Brasil através da fronteira canadense.
Demorou até novembro de 2013 para John Merrill, presidente do Fidelity Bank, para que o banco revisasse as atividades bancárias das contas da TelexFree, alegou Galvin. Uma busca na internet feita pelos auditores revelaram os problemas legais da companhia no Brasil e o banco comunicou em dezembro a TelexFree para fechar suas contas até o final do ano. Entretanto, o banco supostamente continuou a permitir que James Merrill, residente em Ashland (MA), e Wanzeler, que na época morava em Northborough, fizessem transfer6encias pessoais ao longo do mês de dezembro. Em uma única transação, Wanzeler supostamente transferiu US$ 3.5 milhões de sua conta pessoal no Fidelity Bank para uma conta em Singapura.
Karen Schwartzman, porta-voz do banco, disse que seus diretores não sabiam que a TeleFree administrava um esquema de pirâmide. Ela acrescentou que o banco decidiu fazer um acordo com o escritório de Galvin ao invés de se envolver em um litígio longo e oneroso.
Galvin informou que o dinheiro será destinado a ajudar as vítimas em Massachusetts, onde se calcula possam ter perdido até US$ 90 milhões. “Esse é um pequeno início, ainda assim um início”, disse ele.
A TelexFree era supostamente uma companhia de telecomunicações, que vendia planos de telefonia à distância a baixo custo. Entretanto, os promotores públicos alegam que a companhia “caçava” imigrantes brasileiros e dominicanos, incitando-os a abrirem contas de apeoximadamente US$ 1.400 cada e motivavam os amigos e parentes das vítimas a abrirem também. Os investidores eram instruídos a divulgarem o nome da companhia ao aprovar anúncios online e receberiam US$ 100 semanais se o fizessem. Mas era necessário um fluxo constante de novos investidores para pagar os investidores iniciais, segundo os promotores públicos.
Merrill e Wanzeler enfrentam acusações criminais de fraude. Merrill está em prisão domiciliar, após pagar fiança, enquanto aguarda julgamento, sendo obrigado a portar um localizador magnético no tornozelo. Wanzeler, que também possui a cidadania norte-americana, fugiu para o Brasil e ainda não é certo se retornará aos EUA. Os advogados de ambos os réus negam que seus clientes sejam culpados das acusações que pesam contra eles.
O Fidelity Bank foi fundado há 126 anos com património de US$ 565 milhões. Schwartzman, a porta-voz, informou que o banco gerará lucro esse ano, apesar do acordo de US$ 3.5 milhões e possui amplo capital para cobrir o pagamento.
As informações são do Brasilian Voice.