Empresa é investigada por suspeita de ser pirâmide financeira.
'Por hora não tem nenhum reflexo no processo daqui', comenta juíza.
O julgamento da Telexfree pela justiça do Acre não deve sofrer nenhuma consequência por causa do pedido de recuperação judicial apresentado pela empresa nos Estados Unidos. Essa é a opinião da juíza Thaís Borges, da 2ª Vara Cível de Rio Branco, responsável pelo julgamento do caso. A Telexfree é investigada por suspeita de ser uma pirâmide financeira disfarçada de empresa de marketing multinível.
Segundo ela, até o momento as informações que ela têm recebido sobre a situação são extraoficiais e não fazem parte do processo.
"O que sei é pela imprensa. No processo não tem nenhuma informação a respeito do que está acontecendo nos Estados Unidos e por hora não tem nenhum reflexo no processo daqui não", explica.
A juíza diz que o processo está em fase de perícia, que já começou há uma semana e deve durar até 60 dias. "O Ministério Público do Acre (MP-AC) pediu para produzir outras provas e aí eu teria que agendar audiência, mas, caso eles desistam, posso dispensar a audiência", comenta.
Ela finaliza dizendo que por enquanto é preciso esperar a conclusão da perícia antes de decidir o próximo passo em relação ao caso.
Entenda o caso
A Justiça dos Estados Unidos decretou, no último dia 17 de abril, o congelamento dos bens do grupo Telexfree. O pedido foi feito pela Securities and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira, e determinado pelo Tribunal Distrital de Boston.
Em comunicado divulgado nesta quinta, a SEC informou que o congelamento de bens atinge milhões de dólares e foi determinado pela Justiça na quarta (16) para evitar a perda de recursos de investidores.
Segundo o órgão, a Telexfree opera um esquema de pirâmide direcionado principalmente para imigrantes brasileiros e dominicanos.
Alguns dias antes, no dia 14 de abril, a sede da empresa nos Estados Unidos entrou com pedido de concordata no Tribunal de Falências do Distrito de Nevada. Foram apresentados pedidos de concordata em nome das empresas: TelexFree, LLC; TelexFree, Inc.; e TelexFree Financial, Inc.
No Brasil, a empresa está proibida de realizar pagamentos e aceitar novos membros desde junho de 2013, quando a Justiça do Acre julgou procedente uma ação civil pública proposta pelo MP-AC contra a empresa.